Não será possível ver as imagens da câmera do carro da jovem de 24 anos, atingido a tiros pelo ex-delegado-geral da Polícia Civil, Adriano Garcia, apontou laudo da perícia que analisou o cartão de memória da câmera veicular.
“No laudo não deu para fazer a captação das imagens, porque estava corrompido em razão de fissura”, disse o delegado titular da 3ª DP, Wilton Vilas Boas, que está à frente do caso. A polícia atualmente também tenta reconstituir todo o trajeto do ocorrido, por meio de imagens de câmeras de segurança de via pública.
“Estão acobertando o delegado, sempre usei o mesmo cartão, até para quando usava ele na câmera fotográfica, nunca tive problemas”, diz a motorista. Ela conta que para guardar o cartão de memória como prova, ela o colocou primeiramente entre os lábios e depois em um pacote de lenços. “Precisaria estar em um local super úmido para danificar”, afirma.
“E o lenço pareceu um local insignificante para eles procurarem. Minha mãe pediu para eu entregar para poder ir para casa, só assim eles me liberaram”, lembra.
“Hoje foi a primeira vez que eu dirigi o meu carro, nunca tinha tremido tanto na minha vida. Eu estava dirigindo um carro diferente, da minha mãe nesses últimos dias. E estava tudo normal, até eu ir hoje (sexta-feira, 04) pegar meu carro. Medo de alguém me perseguir”, diz ela sobre as lembranças da noite do último dia 16 de fevereiro.
Após os fatos, Adriano Garcia Geraldo teve sua exoneração publicada em Diário Oficial no último dia 22 de fevereiro. O novo delegado-geral, Roberto Gurgel, assumiu, também no último dia 22 de fevereiro. Todos os laudos deverão estar prontos a partir do próximo dia 20 deste mês.
Garcia também é investigado em outro procedimento pela Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), por suposto envolvimento com o jogo do bicho, fato que gerou crise interna na corporação há três meses. Adriano atualmente está responsável pelo Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança Pública).
Briga no trânsito
De acordo com a versão registrada na delegacia, tudo começou após uma briga de trânsito. Na versão da ocorrência, foi confirmado que Adriano buzinou após ser ‘fechado’ e que a motorista de 24 anos teria ‘mostrado o dedo’ após levar a buzinada, na noite do dia 16 de fevereiro passado.
O histórico afirma que o delegado atirou duas vezes após ela ter parado o carro, e um dos disparos quando ela tentou fugir. Um dia após os fatos, a motorista concedeu entrevista ao jornal Midiamax. A jovem ficou em choque com a atitude do delegado. Ela acabou indo parar no registro policial como ‘autora’ da ação, e o delegado, como vítima. A mulher relata, ainda, que sua versão dos fatos foi ignorada.
“Eu só consegui parar o carro perto de uma padaria e fiquei em choque, paralisada com os tiros. Ainda por cima, ele [Adriano Garcia] desceu do carro sem se identificar com uma arma na mão mandando eu descer do meu, senão quebraria a janela do meu veículo”, conta.
Fonte: Midiamax