As eleições presidenciais de 2018 podem bater o recorde de votos nulos e brancos.
Nas pesquisas em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não é apresentado como opção, aproximadamente um em cada quatro eleitores diz que não votará em nenhum candidato no 1º turno.
No último levantamento do Datafolha, 22% dos entrevistados indicaram que vão anular ou votar em branco se Lula estiver fora do páreo.
No Ibope, esta taxa foi ainda maior: 29%.
Nos cenários em que Lula aparece, os números caem para 11% e 22%, respectivamente.
Há um elemento imponderável que é a possível transferência de votos de Lula para Fernando Haddad, vice da chapa do PT que substituirá o ex-presidente se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impugnar sua candidatura.
Até o momento, o ex-prefeito de São Paulo aparece com apenas 4% das intenções de voto, de acordo com os dados do Ibope e do Datafolha.
As pesquisas indicam que uma parte dos votos de Lula está sendo distribuída entre todos os candidatos, mas a maioria está migrando para brancos e nulos somados.
TSE e discurso dos candidatos
Para o professor de Ética e Filosofia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Roberto Romano, a adesão do eleitor quanto à escolha de um candidato vai depender de dois fatores: o caminho que irá tomar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no caso Lula e a capacidade dos presidenciáveis de atrair os eleitores com seus discursos.
“Podemos até fazer prognósticos sobre aumento ou redução do número de eleitores que vão às urnas com um nome definido, mas as decisões dependem das definições da Justiça e de um posicionamento mais claro dos candidatos”, avalia Romano.
Segundo ele, o único partido com uma estratégia clara até o momento é o PT, que pretende manter Lula como candidato até uma eventual e provável impugnação para aumentar a capacidade de transferência de votos para Haddad.
“Fora a estratégia do PT, com o Lula até o último momento, todos os demais candidatos estão na fase de ensaio e erro”, afirma.