Em evento sobre cooperação internacional e desenvolvimento, o Centro de Excelência contra a Fome da ONU ressaltou que a experiência do Brasil com alimentação escolar é um modelo para outros países.
Organismo participou em setembro de um diálogo no Rio de Janeiro, que reuniu representantes de organizações mundiais, sociedade civil, academia e governo.
“Com apoio do Centro de Excelência do PMA (o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas), mais de 20 países desenharam políticas nacionais de alimentação escolar, inspiradas pelo bem-sucedido programa brasileiro de alimentação escolar”, afirmou o diretor do centro, Daniel Balaban.
O organismo do PMA oferece assistência técnica às nações que querem adaptar estratégias brasileiras à sua realidade. O centro foi criado por meio de uma parceria entre a ONU e os governos do Brasil e do Reino Unido.
Mariana Rocha, oficial de programa do Centro de Excelência, defendeu que a cooperação Sul-Sul em alimentação escolar é um meio de alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 2, sobre o fim da fome.
“Não deixar ninguém para trás no desenvolvimento significa assegurar que as crianças tenham acesso a oportunidades e à boa nutrição em todas as circunstâncias.
A alimentação escolar alcança aqueles que mais precisam e faz com que crianças excluídas tenham acesso a múltiplos benefícios em nutrição e educação”, afirmou a especialista.
Realizado em 19 e 21 de setembro, o evento “Diálogos sobre Cooperação Internacional para o Desenvolvimento – 2018” foi organizado pelo BRICS Policy Center, em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores.
O encontro teve por objetivo reunir contribuições de diferentes instituições para a Segunda Conferência de Alto Nível das Nações Unidas sobre Cooperação Sul-Sul, que acontecerá em 2019.
Outro tópico debatido foi o engajamento das empresas em cumprir os ODS. “Fundos mistos, de governos e (atores) privados, mobilizaram US$ 80 bilhões.
No entanto, somente 7% desse valor chegou ao grupo dos países menos desenvolvidos”, alertou Nadine Piefer, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).